6 de abril de 2007


Capítulo V 1/2

(Delírio)

Corre à boca pequena pela Internet que esta história vai acabar muito mal. Na verdade não sei como acabar com ela. Até porque não gostaria que ela acabasse. Não enquanto eu não encher lingüiça o bastante para ter um livro pelo menos de uma grossura respeitável, com letras não muito grandes, que não precise de muitas fotos, porque vai ser difícil rechear páginas e páginas de Lívia e George. Não por ele, porque a última pesquisa que eu fiz parece figurinha do álbum do Zequinha (coisa mais curitibana isso): tem George em todas as situações e posições imagináveis. Até George cozinhando. O Problema é a Lívia que nunca está nas fotos com o George. Ok... Podemos enrolar dizendo que ela é a fotógrafa. Então o livro já não precisa mais de tantas letrinhas.

Tive um insight para o final. Vejam e me digam o que acham:

Lívia e George vão fazer o tradicional passeio pelo Canal de Beagle para ver lobos marinhos, pingüins, albatrozes e o antigo farol que é lindo. Lá pelas tantas, um leão marinho enviado por uma organização anti-Oscar de Hollywood planta uma bomba no casco do barco. O barco explode jogando cacos, capuccinos e pessoas para todos os lados (sim, capuccinos, dentro do barco servem cafés maravilhosos). Aparentemente ninguém sobreviveu. Durante dois dias as equipes de busca tentaram resgatar os sobreviventes sem muito sucesso, com exceção de umas cinco pessoas que estavam jogando truco numa pedra perto do farol. Entre elas, o sortudo , barbado e maltrapilho George.

Chega ao continente a notícia da explosão do barco e a família de Lívia vai a procura dela. Com a constatação de sua morte, um tio maníaco-depressivo que acredita em teorias da conspiração, resolve que a explosão foi planejada por George para se livrar de Lívia. "Mas porque ele faria isso?", perguntariam todos. O tio, munido de revistas e tablóides americanos e italianos, esfrega na cara da família que George não só tinha uma namorada gostosona, como também estava planejando se casar as escondidas. Há!
Imediatamente, a família traída de Lívia moveu uma ação contra George Clooney, acusando-o de assassinato premeditado e cruel.
George então vai preso na Argentina, como o assassino da jovem brasileira enganada pelo mega-star hollywoodiano. Escândalo mundial. A imprensa do mundo invade Curitiba e o tio maníaco fica famoso, é capa de todas as revistas de moda do mundo e ganha uma edição exclusiva da G .

Numa manhã de domingo, lendo nos jornais as notícias da triste vida da noiva de Clooney à espera da libertação de seu amado, vivendo isolada na casa vazia de George na Itália, chorando abraçada aos garçons no Cassino de George em Las Vegas (o Las Ramblas), sofrendo à beira da piscina na mansão de 20 milhões de dólares de George em Los Angeles, o pai de Lívia tem uma idéia: convoca seus advogados e sugere um acordo para retirar a queixa contra George.


A essa altura, já foram feitos cinco concertos mundiais pela liberdade de George. O Bono Vox já vendeu 10 vezes mais pulseirinhas de plástico escrito FREE GEORGE do que havia vendido pelo Live 8. Bob Geldof e Brad Pitt se juntaram a Stevie Wonder, Paul Mac Cartney, Eric Clapton, Phil Young, Jorge Ben, Sandy, Sting e Vanusa para gravar um single emocionante para arrecadar fundos para comprar um DVD para a cela de George na Argentina.
Pesquisas foram feitas em doze países simultaneamente com a seguinte enquete, "GEORGE: CULPADO OU INOCENTE?". Enquanto isso, grupos de manifestantes solteironas gritavam nas ruas para levar George Clooney para a cadeira elétrica.


Depois de muita negociação, os advogados de Clooney concordaram em indenizar a família de Lívia em 50 milhões de dólares, mais a Villa Oleandra - residência medieval paradisíaca de George na Itália. George é inocentado e volta feliz para casa. Feliz por sua liberdade, mas ainda sofrendo a perda de Lívia. Chora diariamente lembrando os momentos que viveram.

Um mês depois da libertação de George, quando a família de Lívia já havia se mudado do velho apartamento para uma mansão num condomínio fechado em São Paulo, chega um telegrama enviado pelo Amir Klink da Antártida, dizendo que Lívia está a salvo!
Lívia havia nadado até um iceberg, se aquecido entre os leões marinhos e foi encontrada desacordada por Amir Klink e seu barquinho minúsculo. Amir precisou matar os leões marinhos que não queriam devolver Lívia de jeito nenhum. Mas conseguiu. A família de Lívia recebe a notícia como um tiro no peito! Fazem uma reunião de família e decidem que ela não pode aparecer. O tio maníaco sugere a velha tática da CIA e da NASA para assuntos extraterrestres. "Vamos dizer que esta é uma impostora louca e interná-la como doente mental. Ela vai ser dopada. Ninguém acredita em louco. Ela pode gritar quanto quiser que todo mudo vai rir dela e dizer que ela nunca viu o George Clooney!". Mas o coração de mãe de dona Marilda jamais permitiria abandonar sua filha com os loucos num hospício. Foi então que surgiu a idéia de levar Lívia direto para um cirurgião plástico e mudar sua identidade.

Lívia faz cinco cirurgias de transformação da Xuxa, três de transformação da Márcia Goldshmith e um dia de princesa do Netinho. "Vai que eu encontro uma loira peituda...". Pinta o cabelo de loiro, coloca próteses de silicone, afina o nariz, muda o rosto, e vai morar numa outra mansão em São Paulo com seu novo nome em homenagem aos romances de Sidney Sheldon que viraram seriados na sua adolescência. O novo nome de Lívia é TARA WELLS-MC PHERSON!
O dinheiro para a mansão, os carros, a jóias, a carteirinha da Daslu e as roupinhas assinadas veio de um acordo judicial de 27 milhões de dólares que Lívia... Ops... Tara fez com a sua ex-família para ficar de boca fechada.

Depois de um ano se recuperando do stress e das cirurgias, Tara já pode colocar seu plano em prática. Matricula-se num curso de atores no Actor's Studios e mais três cursos na Univerity of California: direção, produção e roteiro. Tem como idéia fixa entrar para o film business e encontrar George. Para parecer uma mulher normal, arruma um emprego de garçonete num restaurante da moda na Melrose. A beleza de Tara chama atenção por onde ela passa. Não demora até que ela seja chamada para testes nas grandes agências de casting de Hollywood. Mas é no restaurante na Melrose, que ela encontra por acaso o seu grande amor.

Numa noite de inverno, quase Thanksgiving, Tara esbarra com sua bandeja em George. Ela suspira profundamente para controlar a emoção, percebe que ele está acompanhado da ex-garçonete-futura-esposa Lisa Snowdon, pede desculpas e corre para o banheiro onde chora copiosamente. Sua vida, sua família e sua identidade haviam se perdido naquele acidente de barco, mas suas maiores perdas eram a companhia e o amor de George. Ao voltar para o salão, tentando agir normalmente, Tara pede que outra pessoa atenda a mesa onde o casal está sentado, evita os olhos dele, mas é inevitável que ele sinta a sua presença.
George, extasiado pela perfeição dos traços de Tara, e pelos olhos que o fitaram há pouco, dá um jeito de perguntar a outra garçonete o nome dela. Está aflito e perturbado. Logo Lisa percebe, ele pede para ir embora, deixa Lisa em casa e volta ao restaurante. Procura por Tara, pede para falar com ela, dizem que ela já foi embora, ele pede o endereço e vai atrás. George não consegue entender o que o faz agir desta maneira. Vai até a casa de Tara e acha estranho uma simples garçonete morar numa casa em Beverly Hills. Bate na porta, é atendido pelo mordomo. Não deixa que ele a chame, sobe as escadas de mármore, invade a suíte master. Tara está chorando na gigantesca cama branca com sua camisola de seda italiana. Ela se assusta com a entrada de George. Fica muda. Ele diz:

- Por favor, eu preciso ouvir a sua voz novamente.

Ela não responde. Aponta para a porta e pede com gestos que ele saia.

- Por favor. Só uma palavra. Fala comigo.
- Vai embora, George.

Ele fecha os olhos de aflição, quase desmaia. Ela percebe que ele está tonto. Levanta-se correndo, segura George num abraço para evitar que ele caia e o ajuda a andar até a cama.

- Você está bem?
- A sua voz .... É igual a dela.
- Ela quem?
- Olha pra mim. Eu conheço você.
- Não... Não é possível.
- O seu olhar....
- George, o que você bebeu?
- Nada... É você. Você é igual a ela.

George olha fascinado para Tara e parece não perceber a diferença em seu rosto. É como se ele enxergasse Lívia, sem plásticas.
Ela não resiste e começa a chorar. Os dois se abraçam.

- Lívia.
- Eu não sou Lívia... Mas não posso conter o que estou sentindo. É forte demais.

Os dois se abraçam, se beijam e fazer amor na cama branca e enorme de Lívia. Oops...TARA.
No dia seguinte George Clooney se casaria com Lisa Snowdon. Ao saber, Tara não vai à aula, pede dispensa no trabalho, tira os telefones do gancho, desliga os celulares, fecha-se no quarto, atira-se na cama, abraça seu travesseiro que ainda guarda o perfume de George e chora o dia inteiro. As nove horas da noite, os olhos de Tara estavam inchados, seu cabelo desgrenhado, seu travesseiro alagado. Ela olha o relógio e imagina que a essa hora, os noivos já estão recebendo os comprimentos em alguma mansão maravilhosa não muito longe dali. Sua vida está terminada. A razão de sua mudança para Los Angeles acaba de se auto-destruir. Lívia odeia seus pais com todas as suas forças, por terem mudado seu destino por dinheiro. Pensa em se matar mas a porta do quarto se abre abruptamente. George, de fraque Valentino, chorando desesperadamente invade o quarto de Lívia/Tara.


- O que você está fazendo aqui?
- Não houve casamento. Vamos fugir para a Patagônia!

Fogos de artifício.
Beijos apaixonados.
Lágrimas na platéia.


The end


Mas não é verdade. Este é apenas um capítulo intermediário. Capítulo V ½. Uma pausa. Um delírio. Só para colocar para fora o absurdo que eu pensei. Relaxem. Voltaremos com nossa historia água com açúcar em breve. Muito breve.

2 comentários:

Anônimo disse...

uma palavra só: perfeito!

divertido, sarcástico, acelerado, emocionante, realidade ou ficção?

mto bom, mercedão! sabe aquela inveja boa ("por que não escrevi isso?!"
estou orgulhoso de você, de tudo que vc escreveu que eu li até hoje, sem dúvida, é o melhor!
estou orgulhoso! (eu disse pra vc vasculhar na história com a garçonete)

bjuca do Titão que hoje é só orgulho por ser seu amigo! 01.11.2005

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Assombrada... nossa, alguém conseguiu pensar tudo isso? Que mente brilhantemente inspirada (nooooooooooooooooossa, mesmo!!!)...
Incrível, detalhes, tudo! Sua imaginação é incrível...
bjinhos ...
Ni 01.11.2005

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Fantástico, eu estou morrendo de rir, achei o máximo, se sua imaginação tem a ver com o consumo de algo especial por favor mande urgênte a receita,
Me é um prazer ter você como amiga (mesmo distante)
beijosssssssss
Mary Bacim 01.11.2005
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Comentário 1/2

KKKKKKK Por isso que é bom... Porque não gostamos e vai sempre nos lembrar de bons momentos...

Mais pode deixar que pra mim vc sempre será Mygei ou peixão!!!! huahuahuahuahua!!!

Bjs
DPS volto aqui pra publicar o meu comentário sobre o post!!! outros bjs
Thyagota0 01.11.2005
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Entre todos os nossos personagens, Vanusa não poderia cruzar com Lívia. Suas paralelas a conduziriam a Klink que não poderia ter matado os leões, ele só devolveu Lívia para ficar com eles, só para ele.
Clooney, um modelo propulsor dessa viagem divertida, Patagônica, leve e rápida.
Parabéns!
Luiz Roberto 01.11.2005
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Mê,não sei o que dizer...Amei esse texto!
Uma mistura de sentimentos e sensações, realidades e fantasias.
Gostei muito!!!
Tá ficando cada vez melhor! Paola Zadra 04.11.2005
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ADOREI!!!
Finalmente consegui ler!!
Beijos!! Marilia Lopes 07.11.2005
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Simplismente adorei todos os capítulos!!!!
PARABÉNS!!!!!!!!
Bjs Carol 11.11.2005

Fernanda S. disse...

Uauuuu!!! Que doideraaaaa!!!!!
Você é demais! Só você mesmo pra pensar em tudo isso... parece q tudo foi assim, como posso dizer, rápido como um passe de mágica!